Cara Educadora, Caro Educador,

Não poderia este texto responder à questão sobre a qual ele se debruça senão com outra pergunta. A pergunta é a resposta que é a pergunta. Ler o mundo é ler a si e esta é uma tarefa que nasce e morre irresoluta. Logo, “Como ler o mundo?” é uma sugestão, um argumento para que nós nos aventuremos a tentar encontrar a pergunta que pode suspender o véu que turva os sentidos das coisas.

Voltado para educadores em geral, este material tem o objetivo de subsidiar a elaboração de projetos pedagógicos destinados à leitura de imagem, à interpretação de signos e à construção de exercícios de pesquisa que fomentem o desenvolvimento de um olhar com relevo e profundidade no contexto de sala de aula. O conjunto de ferramentas de ativação do olhar que reunimos aqui serve não somente à condução de exercícios de leitura de imagens a partir das obras do acervo do Museu Nacional da República que figuram o material, mas de toda e qualquer imagem, já que institui como ponto de partida a visão de cada estudante, suas opiniões e conjecturas, firmadas em suas próprias perspectivas.

Para começar, é importante que também nós, arte-educadores, e educadores de outras áreas, nos desfaçamos da ideia de que a arte (toda e qualquer imagem) produz certezas acabadas, cristalizadas, ou que possa ela ser descolada do contexto em que ocasionalmente está inserida, como se independesse de quando e onde é vista. Ao contrário, o impulso que lhe dá origem parece mantê-la em permanente reconfiguração através dos tempos, como um rio que corre sem cessar. Uma vez que nos dispomos a entrar neste rio, já não somos mais os mesmos, nem suas águas são as mesmas.

Vamos juntos?

Veja o flipbook ou se preferir, baixe o pdf no link abaixo!

Como ler o mundo